Flor de Mandacaru
Rosa Firmo
No dia que o mandacaru desabrochou mansa
Entre seus espinhos, uma branca flor
Na minha vaga imaginação de criança
Não percebia ainda seu verdadeiro valor.
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Minha alma estava ainda sem mácula
E a flor ficou esquecida na minha cerca
Guardei reminiscências do passado sem mágoa
Hoje, para colorir a vida ponho-a na minha cesta.
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O sol que cresta também fortalece os prados
Uma vaga doçura tramita no meu coração a doer
Compreendo que uma flor em campos áridos
Prenuncia ser orvalho, na seca do sertão a arder.
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No espelho da velha estrada, comprida,
Vejo a imagem da flor e do espinho
Posta na sacada da luz da vida
Enfeitando meus sonhos, o meu caminho.
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Acordei de um sonho do passado sentindo os passos
Somente agora confesso, a saudade cai sobre mim,
Nessa longa estrada da vida deixo meus rastros
Embalada num compasso de sentimentos sem fim.
Rosa Firmo,
Poeta Cearense, membro da SPVA.
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